
O aparelho tinha formado oval, alongado, com aproximadamente 20 metros de comprimento por 4 de altura e apoiou-se sobre três hastes metálicas. Na parte da frente havia três hastes de aparência metálica, solidamente encravadas na estrutura, sendo uma no bico afunilado da nave e uma de cada lado, como se fossem três esporões, bem grossos na base afinando nas pontas. Destas extremidades saíam uma ligeira fosforescência avermelhada, como se as pontas estivessem em brasa. Ao longo do objeto haviam inúmeras lâmpadas embutidas na fuselagem do aparelho, havendo uma única janela. Na parte superior havia uma cúpula giratória, de uns 10 metros de diâmetro, em constante movimento de rotação, e emitindo uma luz forte e avermelhada.
Pouco depois do pouso, saíram do objeto vários seres, vestindo escafandros, que dominaram Antônio e o levaram a força para dentro do veículo, onde foi despido, teve seu sangue extraído e em seguida foi obrigado a manter relações sexuais com uma fêmea humanóide. Após tudo isto, Antônio recebeu suas roupas de volta e foi levado de volta para a escadinha pela qual entrou.
Ao decolar, o objeto levantou um pouco do solo e recolheu o trem de pouso, elevou-se uns 50 metros, onde parou. Sua luminosidade aumentou e mudou para vermelho vivo. Após isto emitiu um zumbido e partiu em altíssima velocidade, em direção ao sul.
O caso foi pesquisado por dois médicos e ufólogos cariocas, Olavo Fontes e Walter Buller, que através de exames em Antônio Villas Boas diagnosticaram exposição à radiação, que gerou insônia, cansaço, dores pelo corpo, náuseas, dores de cabeça, perda de apetite, ardência nos olhos, lacrimejamento permanente e lesões cutâneas provocadas por contusões até as mais leves. Também surgiram manchas amareladas pelo corpo, que levavam de 10 a 20 dias para desaparecer. As lesões continuaram a aparecer durante meses, tendo o aspecto de pequenos nódulos avermelhados, mais duros do que a pele em volta. Destes nódulos saíam pus amarelado.

Município de São Francisco de Sales, indicado em vermelho no mapa do Estado de Minas Gerais
- [Caso Antônio Villas Boas] - Relato Pessoal O primeiro caso de abdução registrado pela Ufologia ocorreu em São Francisco de Sales, em 15 de outubro de 1957 Transcrição do Boletim da SBEDV n° 90/93, de janeiro/agosto de 1973 | |
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Tudo começou na noite de 5 de outubro de 1957. Houve uma festa lá em casa e fomos dormir mais tarde, às 11 horas. Estava no quarto com meu irmão João Villas Boas. Por causa do calor, resolvi abrir a janela do quarto, que dava para o curral. Vi então, no centro do curral, um reflexo fluorescente prateado, mais claro do que a luz da Lua, iluminando todo o solo. Era uma luz , muito branca, que não sei de onde vinha. Era como se viesse do alto, como a luz de um farol de automóvel que se espalhasse ao iluminar o lugar onde batesse. Mas não se via nada no céu, de onde pudesse vir a luz. Chamei meu irmão e mostrei a ele,. Mas ele é muito cismado e disse que era melhor irmos dormir. Fechei então a janela e nos deitamos. Algum tempo depois, não conseguindo dominar a curiosidade, voltei a abrir a janela. A luz ainda estava lá, no mesmo lugar. Eu ia observar mais um tempo, mas aí a luz começou a mover-se devagar, vindo na direção da janela. Fechei-a então depressa, tão depressa que ela bateu com força e o barulho acordou meu irmão, que já estava dormindo. Juntos vimos na escuridão do quarto, a luz penetrar por pequenas frestas da janela e depois mover-se para o telhado, iluminando por entre as telhas. Aí ela se apagou e não voltou mais...
O segundo episódio ocorreu na noite de 14 de outubro. Devia ser entre 3:30 ou 10 horas da noite, mas não posso garantir pois estava sem relógio. Trabalhava com o trator arando um campo, acompanhado pelo meu outro irmão. De repente vimos uma luz muito forte (a ponto de ferir a vista), parada na ponta norte do campo. Quando a vimos já estava lá e já era grande, arredondada e do tamanho aproximado de uma roda de carroça. Parecia estar a uns 100 metros de altura e era de uma cor vermelho-clara, iluminando uma larga área do solo. Devia haver algum objeto dentro da luz, mas não posso afirmar pois ela era muito forte para que se pudesse ver mais alguma coisa. Chamei meu irmão para irmos lá ver o que era aquilo. Ele não quis e eu fui sozinho. Quando cheguei perto a coisa se mexeu de repente e, numa velocidade enorme, se moveu para a ponta sul do campo, aonde parou. Fui atrás outra vez. Mesma manobra, voltando agora para o local inicial. Continuei tentando e a manobra se repetiu durante 20 vezes. Já estava cansado e desisti, voltando para junto do irmão. A luz ficou imóvel por mais alguns minutos, parada ao longe. De vez em quando parecia emitir raios em todas as direções, como os do Sol poente, com cintilações. A seguir, sumiu repentinamente, como se apagasse. Não tenho certeza pois não me lembro se olhei só naquela direção o tempo todo. Talvez tenha olhado em outra direção por alguns segundos e ela tenha subido com velocidade e desaparecido antes que eu olhasse para lá de novo.
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Uma vez dentro do aparelho, vi que havíamos entrado numa pequena saleta quadrada, cujas paredes de metal polido brilhavam com reflexos à luz fluorescente que vinha do teto, emitida por numerosas lâmpadas pequenas, de forma quadrada, embutidas no metal desse teto e dispostas por toda a volta do mesmo, por fora junto às paredes. Não pude contar quantas eram pois logo me puseram de pé no chão – assim que a porta externa subiu, trazendo na ponta a escada enrolada e presa, e se fechou. A iluminação era tão boa que parecia de dia. Mesmo nessa luz branca fluorescente não se distinguia mais onde era a porta de fora, que ao se fechar parecia ter se transformado em parede. Eu só sabia onde ela estava por causa da escada de metal presa na parede. Não pude observar mais detalhes porque um dos homens – eram cinco ao todo – me fez sinal com a mão para que caminhasse na direção de uma outra sala que se entrevia por uma porta aberta do lado oposto à porta de fora. Não sei se essa segunda porta já estava aberta quando entrei, pois só então olhei naquela direção. Resolvi obedecer, pois continuavam me segurando e agora eu estava fechado lá dentro, com eles, e não tinha outra escolha.
Deixamos a saleta, na qual não vi nenhum móvel ou aparelho, e entramos numa sala ampla, bem maior e de formato meio oval, iluminada conforme o ouro compartimento e com as mesmas paredes de metal prateado e polido. Acho que essa sala era no centro do aparelho porque no meio dela havia uma coluna de metal que ia do teto até o chão, larga encima e em baixo, e afinando bastante para o meio. Era roliça e parecia maciça; acho que não estava ali só para enfeitar; devia servir para escorar o peso do teto. Os únicos móveis que pude observar foram uma mesa deforma esquisita, que estava num dos cantos da sala, rodeada de várias cadeiras giratórias sem encosto (semelhantes aos bancos que se usam em bares). Era tudo do mesmo metal branco. Tanto a mesa como os bancos afinavam para baixo num pé único que era preso ao chão (no caso da mesa), ou articulado a um anel móvel preso por três suportes que saíam para cada lado e se embutiam no chão (no caso dos bancos, permitindo assim que as pessoas neles sentadas virassem para qualquer lado).
Durante intermináveis minutos, permaneci de pé, sempre seguro pelos braços por dois homens enquanto aquele povo estranho me observava e conversava a meu respeito. Digo conversar, apenas na maneira de dizer, pois na verdade o que eu ouvia não tinha nenhuma semelhança com uma conversa de gente: eram ganidos, ligeiramente semelhantes aos uivos de um cão. Essa semelhança era muito pequena, mas é a única que posso dar para tentar descrever aqueles sons – diferentes de tudo o que já ouvi até hoje. Eram ganidos lentos, nem muito finos nem muito roucos, uns mais longos, outros mais curtos, às vezes com vários sons diferentes ao mesmo tempo, outras com um tremido no fim. Mas eram somente sons, ganidos de animais, não se distinguindo nada que pudesse ser tomado como o som de uma sílaba ou de uma palavra em língua estrangeira. Nada disso. Para mim era tudo igual e por isso não pude guardar nenhum nome. Não posso explicar como é que aquela gente não podia se entender daquele jeito. Ainda fico arrepiado quando penso naqueles sons. Não posso reproduzir para os senhores: só ouvindo.... A minha voz não dá para isto.
Quando aqueles ganidos terminaram, parece que tinham resolvido tudo, pois me agarram de novo – os cinco – e começaram a tirar minha roupa, à força. Entramos em luta novamente, eu resistindo e procurando dificultar ao máximo o que eles faziam. Protestava e xingava também em altos brados. Eles evidentemente não entendiam, mas paravam e olhavam para mim, como se quisessem mostrar que eram educados. Por outro lado, embora usando força, em nenhum momento me machucaram seriamente e nem sequer rasgaram a minha roupa, a não ser talvez a camisa (que já estava rasgada antes, razão pela qual não posso ter certeza).
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Fiquei largado ali durante um tempo enorme, talvez mais de meia hora. A sala era vazia, contendo no centro um largo divã como que um leito, mas sem encosto e sem beirada, e um tanto incômodo para alguém deitar, por ser muito alto no meio, onde existia um verdadeiro cocuruto. Mas era macio, como se fosse feito de borracha esponjosa, sendo recoberto por um tecido grosso de cor cinzenta e também macio. Sentei-me ali pois sentia-me cansado depois de tanta luta e tantas emoções. Foi então que senti um cheiro estranho e comecei a ficar enjoado. Era como se estivesse respirando uma fumaça grossa que abafasse a minha respiração, dando a impressão de um cheiro de pano pintado que estivesse sendo queimado. E estava mesmo, porque examinando as paredes notei pela primeira vez a existência de uma porção de tubinhos metálicos que faziam saliência à altura de minha cabeça, fechados mas cheios de furinhos (como os de chuveiro) por onde saia uma fumacinha cinzenta que se dissolvia no ar. Essa fumaça era a causa daquele cheiro. Não sei se já estava saindo na hora em que os homens me tiraram o sangue, pois não reparei. Talvez com a porta abrindo e fechando o ar tivesse circulado melhor, não dando para que eu notasse. Mas agora, de qualquer forma, não me sentia vem e o enjôo aumentou tanto que acabei vomitando muito. Depois disso, passou a dificuldade de respirar, mas continuei um pouco enjoado com o cheiro daquela fumacinha. Fiquei muito desanimado depois disso, esperando que acontecesse alguma coisa.
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As mangas do macacão eram compridas e justas indo até os punhos onde se continuavam por luvas grossas, da mesma cor, com cinco dedos, que deviam atrapalhar um pouco o movimento das mãos; observei, a esse respeito, que os homens não conseguiam dobrar completamente os dedos de modo a tocar a palma com as pontas . Essa dificuldade não os impediu, entretanto, de me agarrarem com firmeza, nem de manipularem com habilidade as borrachas para extrair meu sangue. A roupa devia ser uma espécie de uniforme, porque todos os tripulantes do aparelho traziam à altura do peito uma espécie de escudo vermelho do tamanho de uma rodela de abacaxi, que de vez em quando apresentava reflexos luminosos; não era luz própria mas reflexos semelhantes aos de um vidro vermelho desses que ficam por cima dos faróis traseiros dos automóveis, que refletem a luz do farol de um outro carro, como se tivessem também uma luz. Desse escudo no centro do peito partia uma tira de tecido prateado (ou metal laminado) que se unia a um cinto largo e justo, sem fivela ou presilha, de cuja cor não me recordo. Não havia nenhum bolso visível nem nenhum dos macacões; não vi também botões. As calças eram também justas nas cadeiras, coxas e pernas – não se vendo nenhuma dobra ou folga de tecido. Não havia separação nítida no tornozelo entre a calça e os sapatos, que se continuavam um pelo outro, fazendo parte do mesmo conjunto.
As solas, nos pés, apresentavam, entretanto, um detalhe diferente: eram muito grossas, com dois ou três dedos de largura e bem viradas (ou arqueadas para cima) na frente, de modo que a ponta dos sapatos, que tinham o aspecto de sapatos de tênis, eram bem arqueadas para o alto – mas sem afinar em ponta como sapatos dos livros de histórias de antigamente. Pelo que vi depois, esses sapatos deveriam ser bem maiores dos pés que os calçavam. Apesar disso, o andar daqueles homens era bem desembaraçado e eles eram bem ligeiros nos seus movimentos. Aquele macacão todo fechado, contudo, talvez atrapalhasse um pouco, pois os homens andavam sempre um pouco empinados. Todos eles eram da minha altura (talvez um pouco mais baixos, por causa do capacete), com exceção de um só – o tal que me agarrara primeiro lá fora - ; esse não chegava a altura do meu queixo. Todos pareciam robustos, mas não o bastante para que eu tivesse medo de apanhar se lutasse com um de cada vez. Acho que em campo aberto poderia enfrentar qualquer um deles de igual para igual.
Mas isso não vinha ao caso na situação em que eu me encontrava...
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Essa mulher se aproximou em silêncio, olhando-me com uma expressão de quem desejava alguma coisa, e me abraçou de repente, começando a esfregar a cabeça no meu rosto, de um lado para o outro. Ao mesmo tempo senti o seu corpo todo colado ao meu, fazendo também movimentos. A sua pele era banca (conforme as louras daqui) e cheia de sardas nos braços. Não senti nenhum perfume nessa pele, nem nos cabelos – a não ser o cheiro de mulher.
A porta se havia fechado de novo. Sozinho ali com aquela mulher me abraçando e dando a entender claramente o que queria , comecei a ficar excitado... Isso parece incrível, na situação em que eu me encontrava. Penso que o tal líquido que me esfregaram na pele foi a causa disso; eles devem ter feito de propósito. Só sei que fiquei numa excitação incontrolável, coisa que nunca me acontecera antes. Acabei esquecendo tudo e agarrei-a, correspondendo aos seus carinhos com outros maiores. Fomos terminar no divã, onde tivemos relações pela primeira vez. Foi um ato normal e ela se comportou como qualquer mulher. Depois houve um período de carícias comuns, seguido de nova relação. No fim ela estava cansada e respirando depressa. Eu continuava animado, mas ela agora negaceava, procurando fugir, me evitar, acabar com aquilo... Quando notei isso, desanimei também. Era isso o que queriam comigo; um bom reprodutor para melhorar a raça deles. Tudo aquilo no fim não era mais nada do que isso. Fiquei com raiva, mas logo resolvi não dar importância. De uma maneira ou outra, tinha passado momentos agradáveis. É claro que eu não quereria aquela mulher em troca por uma das nossas. Gosto de uma com quem a gente possa falar, conversar e se entender – que não era o caso. Além disso, certos ganidos que ouvi da sua boca, em alguns momentos, quase que estragavam tudo, dando a desagradável impressão de que eu estava com um animal.
Uma coisa que observei foi que ela não me beijou nenhuma vez. Certo momento, lembro que abriu a boca como se fosse fazê-lo, mas a coisa terminou numa dentada leve no meu queixo, mostrando que não era beijo.
Outra coisa que notei, foi que, excetuando a cabeleira, todos os seus demais pelos eram bem vermelhos, quase cor de sangue.
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A seguir entrou o homem, trazendo a minha roupa no braço. Fez sinal para que eu me vestisse, o que obedeci em silêncio. Minhas coisas estavam todas nos bolsos; só estava faltando o isqueiro (marca “Homero”). Não sei se foi tirado por eles sou se eu o perdi durante a luta em que fui capturado. Por isso, nem tentei reclamar.
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Em seguida saímos voltando para a outra sala. Três dos tripulantes do aparelho estavam sentados nas tais cadeiras giratórias, conversando (ou melhor, ganindo) entre si. Aquele que estava comigo foi se juntar a eles, largando-me no meio da sala, perto da mesa de que já falei antes. Eu estava agora inteiramente calmo, pois sabia que não me fariam nenhum mal. Procurei passar o tempo, enquanto eles decidiam suas coisas, tentando observar e guardar todos os detalhes do que eu via (paredes, móveis, uniformes, etc). Em dado momento, notei que encima da mesa, perto dos homens, estava uma caixa quadrada tendo uma tampa de vidro que protegia um mostrador como o de um relógio despertador. Havia um ponteiro lá dentro, e uma certa marca preta no lugar que correspondia às 6 horas; marcas iguais existiam nos pontos correspondentes às 9 horas e 3 horas; no lugar do meio-dia, era diferente: havia 4 marquinhas pretas, uma do lado da outra. Não sei explicar o seu significado – estavam lá assim. No princípio, pensei que o aparelho fosse uma espécie de relógio porque, de vez em quando, um dos homens olhava para ele. Mas penso que não era, pois fiquei de olho bastante tempo e, nenhum momento vi o ponteiro se mexer. Se fosse relógio isso tinha que acontecer, porque o tempo estava passando.
Tive então a idéia de pegar aquilo para mim. Lembrei-me de que precisava de levar alguma coisa para poder provar a minha aventura. Se pegasse aquela caixa o problema estaria resolvido. Podia ser que, vendo o meu interesse, os homens resolvessem dá-lo de presente. Aproximei-me devagar; eles estavam distraídos; de repente segurei o tal instrumento nas mãos, tirando-o da mesa. Era pesado; talvez tivesse mais de 2 kg... Mas não tive tempo nem de examina-lo, Um dos homens se levantou mais ligeiro do que um pé de vento e me arrancou o mesmo das mãos, com raiva, empurrando-me para o lado, e voltando a coloca-lo no mesmo lugar. Afastei-me então, até sentir as costas tocarem na parede mais próxima. Fiquei ali quieto, embora não tivesse medo. Não tenho medo de homem. Mas era melhor fica quieto, porque estava provado que eles só me respeitavam quando eu me comportava. Para que tentar alguma coisa que não teria resultado? A única coisa que fiz foi arranhar a parede com as unhas, procurando ver se arrancava uma lasquinha daquele metal. Mas a unha escorregava na parede polida, sem encontrar ponto de apoio. Além disso, o metal era duro e não consegui nada. Fiquei então esperando.
Não vi mais a mulher, depois que ela saiu da outra sala. Mas acho que descobri onde ela estava. Na parte da frente daquela sala ampla havia uma outra porta através da qual eu não passara. Estava agora ligeiramente entreaberta e, de vez em quando, eu ouvia ruídos vindos de lá, como que produzidos por uma pessoa se movimentando. Só podia ser a mulher, pois os outros estavam todos na mesma sala que eu, dentro dos seus uniformes e capacetes esquisitos. Imagino que aquele compartimento dianteiro devia corresponder à sala onde ficaria o piloto que dirigia o vôo do aparelho. Mas não pude verificar.
Finalmente, um daqueles homens se levantou e me fez sinal para que o acompanhasse. Os outros continuaram sentados, sem olhar para mim. Caminhamos na direção da saleta de entrada e fomos até a porta de entrada, que estava aberta de novo, com a escada já desenrolada. Não descemos, entretanto, pois o homem fez sinal para que o acompanhasse na direção da plataforma que existia dos dois lados da porta. Essa plataforma rodeava o aparelho e, embora estreita, permitia que se caminhasse sobre o mesmo, para os dois lados. Fomos primeiro para a frente. Notei então uma espécie de protuberância metálica, de forma quadrada, que se projetava para fora, para o lado (havia uma coisa igual do lado oposto), bem encaixada no corpo do aparelho. Se essas peças não fossem tão pequenas, julgaria que eram asas para ajudar no vôo. Pelo seu aspecto, penso que talvez servissem para se mover para cima ou para baixo, orientando a subida ou descida. Confesso, contudo, que em nenhum momento, mesmo quando o aparelho levantou vôo, notei qualquer movimento. Não sei portanto explicar para que serviam.
Mais a frente o homem apontou mostrando as três hastes de metal de que já falei, solidamente encravadas nos lados (as duas laterais) e no bico dianteiro do aparelho (a do meio), como se fossem três esporões metálicos. Eram semelhantes na forma e no comprimento, bem grossas na base e afinadas nas pontas. A posição de cada uma era horizontal. Não sei se eram do mesmo metal do aparelho, porque delas saiam uma ligeira fosforescência avermelhada, como se estivessem em brasa. Não senti, contudo, nenhum calor... Na base de implantação de cada uma, um pouco mais acima, estavam embutidas lâmpadas avermelhadas. As laterais eram menores e redondas; e da frente era enorme, também redonda, correspondendo ao farol dianteiro do aparelho que já descrevi. Inúmeras lâmpadas quadradas, pequenas e semelhantes, no aspecto, às que eram usadas na iluminação interna, contornavam o bojo do aparelho, pouco acima da plataforma sobre a qual lançavam uma luz arroxeada. Na frente, a plataforma não dava a volta completa, acabando junto de um vidro largo e grosso, meio saliente e alongado para os lados, fortemente embutido no metal. Talvez servisse para se olhar para fora, já que não havia janelas em parte alguma. Acho, entretanto, que isso seria difícil pois esse vidro, olhando de fora, parecia muito embaçado. Olhando de dentro não sei como seria, mas não creio que pudesse ser mais transparente.
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Penso que tais esporões dianteiros soltavam a energia que puxava o aparelho para frente, porque quando este levantou vôo, a luminosidade dos esporões aumentou de brilho extraordinariamente, confundindo-o completamente com a luz dos faróis.
Vista a parte da frente do aparelho, voltamos para trás (a parte de traz era mais bojuda que a da frente). Mas antes paramos por alguns momentos e o homem apontou para cima, para onde giravam a enorme cúpula em forma de prato. Girava devagar, toda iluminada por uma luz fluorescente esverdeada que não sei de onde saía. Mesmo com aquele movimento lento, ouvia-se um ruído como o de ar aspirado por um aspirador de pó; uma espécie de silvo (como o do ar ao se deslocar aspirado por inúmeros buraquinhos; não vi nenhum buraco; é só para comparação). Mais tarde, quando o aparelho começou a levantar do chão, aquele prato giratório iria aumentar tanto a sua velocidade a ponto de se tornar invisível, ficando-se a ver só a luz, cujo brilho também iria aumentar bastante e que mudaria também de cor – passando para o vermelho vivo. Nesse momento, o som também aumentaria (mostrando ter relação com a velocidade de rotação do prato redondo que girava no topo do aparelho) transformando-se num verdadeiro zumbido ou chiado forte. Não entendi a razão daquelas mudanças, nem compreendo para que serviria esse prato giratório luminoso, que em nenhum momento cessou de rodar. Mas devia ter alguma utilidade, pois estava lá.
Uma pequena luz avermelhada parecia existir no centro daquela cúpula ou prato giratório. O movimento me impediu de verificar com certeza.
Passando para a traseira do aparelho, cruzamos de novo a porta e fomos caminhando, acompanhando a curva posterior do mesmo. Bem atrás, no lugar de onde, por comparação, sairia a cauda de um avião, havia uma peça de metal, retangular, colocada em posição vertical, de frente para a traseira, cruzando a plataforma. Mas era baixinha, não passando da altura do meu joelho. Pude facilmente passar por cima dela para ir até o outro lado, e para voltar. Durante essas manobras notei no chão, de um lado e do outro da mesma, suas luzes embutidas e de cor avermelhada, com a forma de dois traços grossos e oblíquos para fora. Pareciam com as luzes dos aviões, embora não piscassem. Por outro lado, acho que a tal peça de metal era uma espécie de leme para mudar a direção do aparelho. Pelo menos vi essa peça virar para o lado, justamente na hora em que o aparelho, já parado no ar a uma certa altura, depois de levantar do chão, virou bruscamente de direção – antes de começar a se mover a uma velocidade fantástica.
Depois de também vista a parte de trás do aparelho, voltamos até a porta. O meu guia apontou para a escada e me fez sinal para que eu descesse. Obedeci. Quando pisei o chão olhei para cima. Ele ainda estava lá. Apontou então para ele mesmo, em seguida para a terra, para logo depois apontar para o céu, na direção do sul. A escada de metal começou a encolher, os degraus se arrumando uns em cima dos outros, como uma pilha de taboas. Quando chegou lá encima, a porta (que quando aberta era chão) começou, por sua vez, a subir até se encaixar na parede do aparelho – ficando invisível. As luzes dos esporões metálicos, dos faróis e do prato giratório ficaram mais fortes – enquanto este ultimo rodava cada vez mais depressa. O aparelho começou a subir lentamente na vertical. Nesse momento, as três hastes do tripé onde o mesmo estava pousado subiram para os lados, sendo que a peça inferior de cada uma (mais fina, roliça e terminando num pé alargado) começou a entrar na peça de cima (bem mais grossa e quadrada); quando isso acabou, a peça de cima começou a entrar para o fundo do aparelho. No fim não se via mais nada, o fundo se apresentava liso e polido como se aquele tripé nunca tivesse existido. Não consegui descobrir qualquer marca indicando o lugar onde as hastes se tinham encaixado. Aquela gente trabalhava bem.
O aparelho continuou a se elevar lentamente no espaço até atingir uma altura de uns 30 a 50 metros. Aí ele parou por uns instantes, e ao mesmo tempo sua luminosidade se tornava ainda mais forte. Aquele zumbido de ar se deslocando ficou muito mais intenso e o prato giratório passou a rodar numa velocidade espantosa, enquanto a luz mudava por várias cores até ficar de um vermelho vivo. Nesse momento o aparelho mudou de repente de direção, num movimento brusco, fazendo um ruído estrepitoso (foi nessa ocasião que vi a peça, que chamei de leme, virar de lado). A seguir, inclinando-se ligeiramente para um lado, aquela aeronave estranha partiu como uma bala na direção do sul – a uma velocidade tão grande que sumiu em poucos segundos.
Voltei então para o meu trator. Deixei o aparelho mais ou menos às 5:30 hs da manhã. Calculo que tenha entrado no mesmo à 1:15 hs da madrugada. Fiquei lá dentro, portanto, durante quatro horas e quinze minutos. Muito tempo mesmo.
Quando quis ligar o motor do trator, notei que continuava enguiçado. Fui ver se havia algum defeito e descobri que um dos cabos da bateria tinha sido desparafusado e estava fora do lugar. Aquilo fora trabalho de alguém, pois um cabo de bateria bem preso (havia feito uma revisão quando saí de casa), não se solta sozinho. Deve ter sido feito por um dos meus captores, depois que o trator parou com o motor isolado, provavelmente na ocasião em que me pegaram. Pode ter sido para impedir que eu escapasse de novo, caso conseguisse fugir das mãos que me seguravam. Aquele pessoal era muito “águia” não havia nada que eles não tivessem previsto.
Não contei o meu caso até agora para ninguém, com exceção de minha mãe. Ela me disse que eu não devia me meter mais com aquela gente. Não tive coragem de contar ao meu pai porque já havia lhe contado a história da luz que apareceu no curral – e ele não acreditou, pois disse que “eu estava vendo coisa...”. Resolvi, mais tarde, escrever para o Sr. João Martins, depois de ter lido um dos seus artigos na revista “O Cruzeiro”, em novembro, e no qual ele fazia um apelo aos leitores para que comunicassem todos os casos relacionados com os discos voadores. Se tivesse dinheiro suficiente, teria vindo há mais tempo. Mas como não possuía, tive que esperar até que ele dissesse que me ajudaria nas despesas da viagem.
Estou aqui à disposição dos senhores. Se acharem que devo retornar à minha casa, irei amanhã mesmo. Se quiserem, porém, que eu fique mais tempo, estarei de acordo. Vim aqui para isto.
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fonte: http://www.fenomenum.com.br/ufo/casos/1950/avb6.htm
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